Um Sussurro Nas Trevas - H. P. Lovecraft (Editora Hedra): uma resenha

Oi oi gurizadinha das sombras e do mal (minhas saudações tão piorando, uma hora eu paro hahaha)
Hoje eu venho trazer pra vocês a resenha de um livro do H. P. Lovecraft, que foi o autor/categoria que eu escolhi representar como parceira da Editora Hedra. É uma edição de bolso (adoro edições de bolso) muito maravilhosa, vou mostrar as fotos pra vocês darem uma olhada. E como a Hedra é parceira do insta (@vultuspersefone) e do blog, clicando aqui você tem 20% de desconto na categoria Lovecraft <3

Na resenha eu não vou dar spoiler nenhum, vou apenas contar minha experiência com esse livro e a narração do Lovecraft, ok? Então podem ler tranquilos e sem medo (a resenha, já que o livro vai dar medo siiiiim) :)


Tirando essa primeira foto, todas as outras que fiz foram com a luz do quarto apagada e à luz de velas, pra criar um clima mais sinistro. Se eu soubesse como criar um jeito de passar em fotos o mesmo horror que o livro passa, acho que tudo ficaria mais interessante haha Mas vou tentar passar na narração. A seguir, a sinopse, minha opinião sobre o livro e as fotos à luz de velas.

Sinopse

Um sussurro nas trevas (1930) narra os acontecimentos ocorridos após as grandes enchentes de Vermont em 1927. Ao ouvir histórias sobre cadáveres de animais desconhecidos boiando nas águas, o acadêmico Albert N. Wilmarth tenta vincular os relatos às crenças populares da região. O assunto ganha os jornais e a seguir entra em cena Henry Wentworth Akeley, o folclorista de Vermont que acredita na existência de cultos secretos e criaturas inumanas nas colinas do estado – e logo percebe estar diante de coisas muito mais poderosas do que seria capaz de imaginar. Um sussurro nas trevas é um dos grandes expoentes do “horror cósmico” de Lovecraft. O volume traz em apêndice dois textos inéditos em português: “Vermont – uma primeira impressão”, um poético relato da viagem que influenciou de maneira decisiva a escritura dessa novela e “O sussuro reconsiderado”, ensaio do escritor Fritz Leider, publicado originalmente na revista Haunted (1964).

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Primeiro de tudo: esse livro foi o escolhido para o tema 33, do meu Desafio de Leitura pessoal, no tema "livro de suspense/terror".

O livro é bem diagramado e a capa é maravilhosa. A arte da capa é de Tulio Caetano e se chama "Viagem a Yuggoth". A Hedra tem mais ou menos 142 livros de edição de bolso, e sinceramente, minha vontade é de ter a maioria deles! A tradução do Guilherme Silva Braga ficou muito boa, visto que em todos os momentos temos um texto fluente.

As primeiras páginas do livros nos deixam confusos, pois relatam de maneira enigmática, o fim da história, até que Wilmarth começa a explicar tudo e assim vamos nos adequando ao universo do livro. Albert Wilmarth, um folclorista, depois de publicar em um jornal uma história de estranhos corpos boiando, que foi trazida à tona depois das enchentes de Vermont, recebe uma carta de Henry Akeley, que começa a rebater a teoria de Wilmarth que dizia que aquelas lendas eram, por assim dizer, mais do mesmo, com características muito parecidas com várias outras lendas. Akeley, no entanto, falava que tinha provas da existência de tais criaturas, e aos poucos começa a introduzir Wilmarth, através de cartas, em sua própria crença sobre esse mistério.

Logo aqui, vou deixar o que eu vi ser a única crítica quanto ao livro: todas as cartas que Wilmarth recebeu de Akeley foram perdidas em determinado momento, e quando Wilmarth conta essa história, ele transcreve todas as cartas "de cabeça", como se tivesse decorado todas as palavras de Akeley para ele. Não dizendo que isso seja impossível, mas são várias cartas e todas elas são longas, como ele poderia decorar? Depois de tanto pensar sobre isso é que me liguei que talvez fosse isso que Lovecraft quisesse: deixar o leitor em dúvida, desconfiando das palavras de todo mundo em relação às lendas. Se era isso que ele queria, conseguiu!



Em uma narrativa super descritiva e que nos faz desconfiar o tempo todo de estarmos sendo observados, vemos Wilmarth sendo pouco a pouco convencido pelos relatos de Akeley sobre as criaturas aladas, porém meio que semelhantes a caranguejos. A super descrição de Wilmarth nos faz temer por Akeley, pelo Wilmarth, e por todo mundo que esteja envolvido e de alguma maneira ciente dos horrores daquelas criaturas.

Lovecraft é famoso por usar o "terror cósmico" ou "cosmicismo" em suas histórias e não só por isso: é o criador desse estilo de escrita. Constantemente, durante a leitura do livro, minha mente meio que se expandiu ao perceber que o terror que se tratava no livro não era simplesmente algo dentro do que eu considerava assustador, e sim ia muito além disso. Lovecraft, com sua incrível descrição e narração que te prendem ao livro a ponto de deixar em agonia, mexe com as nossas ideias de real e irreal, e quando ele mistura tudo isso, nos jogando na cara a insignificância humana em relação a todo o Universo, é que o medo realmente vem.


Durante a leitura, é impossível não sentir o temor e a curiosidade de Wilmarth. Quando ele é convidado a ir até a casa de Akeley, conseguimos sentir em cada momento a fusão de pensamentos que Wilmarth tinha em relação aquela visita, e aos acontecimentos que desencadearam aquele convite. O final do livro é "de cair os butiá do bolso", como dizemos aqui no Rio Grande do Sul. Lovecraft vai construindo, durante todo o livro o horror de Akeley, e com isso, o horror de Wilmarth. O final do livro nos puxa o tapete e é uma reviravolta tão rápida que impressiona. No fim das contas, o livro termina como começou: intrigante e cheio de mistérios.

Pra vocês sentirem um pouco da agonia que o livro dá, trago uma parte do relato de Wilmarth pra vocês:

"A iminência e a proximidade das colinas abobadadas tirou-me o fôlego. O caráter íngreme e abrupto das encostas era muito mais intenso do que eu havia imaginado e não parecia ter relação alguma com o mundo prosaico e objetivo que conhecemos. Os bosques densos e ermos naquelas encostas inacessíveis pareciam servir de abrigo a incríveis criaturas alienígenas, e tive a impressão de que o próprio contorno das elevações encerrava um significado críptico e esquecido por éons, como se fossem enorme hieróglifos deixados por uma suposta raça de titãs cujas glórias vivessem apenas nos sonhos mais belos e profundos. Todas as lendas do passado e todas as alegações das cartas e evidências de Akeley ressurgiram na minha lembrança para intensificar a atmosfera de tensão e de ameaça iminente. O objetivo da minha visita e as terríveis anormalidades que postulava de repente atingiram-me com um calafrio que por pouco não me fez esmorecer o meu ardor por estranhas descobertas."

Eu sou muito suspeita pra falar de Lovecraft, já que desde os onze ou doze anos eu leio livros dele. Esse é apenas mais da intrigante obra de Lovecraft, e eu não posso deixar de agradecer à Editora Hedra por ter me dado a oportunidade de representar um autor que eu gosto tanto. Obrigada, Hedra!

E obrigada a você por ter acompanhado essa resenha. Seguem algumas fotos à luz de vela que eu fiz do livro. Abraços e até a próxima resenha!





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9 comentários

  1. Oi, rafa! Tudo bem?
    Não para com saudações não, gosto delas!^^
    Adoro ler, sou fã de Stephen King. Mas confesso que não tinha ouvido desse autor, fiquei curiosa para ler. Assim que tiver uma graninha sobrando compro.O bom das edições de bolso dá para levar qualquer lugar, ler no horário de almoço do trampo é muito bom.
    Achei muito criativo o modo que você tirou as fotos, ficaram boas demais!
    Beijinhos!

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    1. Sério que tu gosta das saudações? AUAHUHAUHAUHUAHUAHUHAUHAU Ok, não vou parar!
      Compra Lovecraft sim, é bem legal e quem curte o gênero terror, tem que ler <3

      Beijão, linda!

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  2. Me interessei MUITOOO pelo livro. *-*
    https://jeeesribeiro.blogspot.com.br/

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  3. Oi Rafa! Blz?!
    Fiquei super com vontade de sacar esse livro!! :) Gostei de sua resenha pois vc observa coisas que não me vem a mente ao resenhar algo dip a diagramação ou complexidade dos textos. ma verdade vou ser mais sincera: só resenho isso quando o livro é ruim. rsrs Vou resenhar quando for bom também da próxima vez.

    Beijos !!

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    1. Oi, Jeh!
      Que bom que tu gostou da resenha, gosto muito de Lovecraft e tentei colocar na resenha o que eu realmente senti lendo o livro! E eu gosto de notar os detalhes da edição, sempre elogio quando é bom mesmo!

      Beijos, gata!

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  4. Que resenha linda, Rafa!
    Não é a toa que Lovecraft é um dos meus autores favoritos! Ele tem uma escrita que realmente te deixa num misto de medo e ansiedade que realmente te transportam para dentro da obra.
    As edições da Hedra são incríveis mesmo, tenho algumas em casa e sempre fico admirando o cuidado com que foram feitas. Não sou aloka das parcerias, mas com certeza, uma parceria com essa editora seria um sonho!
    Esperando as próximas resenhas! Beijão e até mais!

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    1. Oi, Thays, sua linda!
      Lovecraft é um dos meus favoritos também! Eu sou meio fissurada na agonia que eu sinto lendo os livros dele!
      E as edições da Hedra são maravilhosas siiim! Gosto muito da paleta de cores que eles usam nas capas: sempre caem muito bem!
      A Hedra é minha primeira parceria e ainda estou meio que aprendendo como são as coisas :) Mas fiquei super feliz quando recebi esse mimo deles <3
      Beijos!

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  5. Adorei a resenha!
    Esse eu ainda não li, mas já estou na vontade. Adoro livros assim que dão um nó na nossa cabeça. Sem falar que é um dos meus gêneros favoritos ^^
    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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